segunda-feira, maio 15, 2006

Dissertação acerca da nossa culinária

Achei apropriado escrever aqui um pouco sobre doçaria nacional já que estamos na época de dietas com a época balnear bem à vista.

É de conhecimento geral que os portugueses são campeões mundiais em comer. Não podia ser de outra forma, porque, arrisco a dizer, temos a melhor culinária do mundo e arredores.

No entanto depois de viajar por esse mundo não pude deixar de reparar que apesar de usarmos bons e simples ingredientes, como o azeite, o peixe, o arroz, etc, abusamos e muito no sal. Daí estarmos à frente no número de pessoas que morrem todos os anos devido a problemas de hipertensão e veias bloqueadas devido ao sal.

Solução? Difícil… Para o Portuga a comida só está boa se tiver salgada e, no caso das sobremesas, doce.

Não existe uma santa terrinha que não tenha um doce típico regional. Tortas de Azeitão, Queixadas de Sintra, Pastéis de Belém, Travesseiros de "lá", Almofadas "de acolá", é possível fazer um "rally doces", tipo "rally tascas", que duraria uma semana ou mais.

Pessoalmente considero a nossa doçaria aborrecida. Ao fim de experimentar muitos deles são todos parecidos. A questão pertinente é esta:

“A base de todos os doces portugueses tem de ser os ovos e o açúcar?”

É sempre o mesmo doce amarelo com carradas de açúcar. Sempre! Alguns iluminados tentam pôr umas frutinhas nos bolos, mas claro cristalizadas e cheias de açúcar, e sabem a tudo menos a fruta. Enfim…

Engraçado o facto de nós, país de sol do oeste europeu, termos muito mais fruta todo o ano do que os nossos vizinhos do leste, e não as usarmos nos bolos.

A doçaria que mais conheço para além da nossa é claro a polaca. E eles têm muita variedade de sabores e aparência. Como usam muito mais fruta e menos açúcar e ovos nos bolos, estes tornam-se muito mais “leves” ao estômago. Claro que não trocava um pastel de Belém por 3 czarlotkas, no entanto é sobremesa, têm óptimo aspecto e sabor e claro engordam muito menos. Recomendo!

Agora reparem nos nomes dos bolos polacos:

- Napoleão
- Homem espanhol
- Czarlotka (tarte de maçã com canela)
- Italina

Nomes exóticos claro, pelo menos para eles.

Para acabar deixo mais um detalhe delicioso. O que para nós se chama salada russa, para os polacos chama-se salada francesa. Realmente o que comemos tem de ter um nome longínquo para saber melhor? Desafia-vos a responderem a estas questões pertinentes...

sexta-feira, maio 12, 2006

Novo membro no Blog

Sendo o André, o meu companheiro de muitas das aventuras aqui relatadas, convidei-o a participar como membro do Blog. Eu conto as histórias tipo Telejornal, enquanto ele tem uma veia mais poética. Benvindo Kroliku!

Um Paraiso perdido... um pôr do sol diferente

Se me perguntarem onde foi o sitio onde já gostei mais de estar, fica dificil de responder pois todos os sitios sao diferentes uns dos outros e cada um especial à sua maneira, mas no entanto existem sempre momentos que marcam a vida de uma viagem e que nunca mais se esquecem.

Falo de coisas unicas e nunca antes exploradas, coisas diferentes, lugares novos e longe dos olhares comuns que todos ouvem falar.

Lembro-me de um verão, um verão mágico (obviamente na companhia do Filipe) no ano de 2003. Exames acabaram no Iscte e mais um verão começou, faziamos as malas para mais uma aventura....mais uma viagem. Lá fomos nós mais uma vez rumo a um lugar diferente. Quando se falam em ilhas e praias exóticas na europa, 9 em cada 10 diria que estou a falar da Grécia....mas não.... bem pertinho num outro cantinho diferente existe um paraíso de praias e ilhas exóticas, que muitos não sabem bem onde é, outros ainda pensam que estão em guerra, outros acham que faz fronteira com o kazaquistão, mas estou a falar de um país que se chama Croácia.....

Um paraiso perdido do ‘outro lado’ de Itália. Uma reliquia com mais de 2100 ilhas pequenas o que faz o segundo pais da europa a seguir á Filandia com mais ilhas...surpresos!!!...., pois é.....um verdadeiro paraiso unico e ainda muito por explorar e longe dos olhares comuns dos turistas e dos roteiros mais populares.

Nesse verao tivemos em lugares absolutamente incriveis que os nosso olhos presenciaram e que nunca tinham visto.

Relembro-me de uma terra pacata no meio da região de istria algures no norte da Croácia com o nome de Pula. Terriola pequena com meia duzia de habitantes e um coliseu romano(ponto alto e unico da cidade em termos culturais). A simples viagem para chegar a Pula vindos da Eslovénia dava um livro. Por incrivel que pareca foi nesta pacata vila, que eu e o Filipe presenciamos um dos mais bonitos e incriveis por do sol que alguma vez vi na vida.

Ficamos na pousada da juventude longe de tudo e de todos, alem de pula já ficar perdida no mapa, tambem a pousada era perdida no mapa de Pula, algures no meio de rochedos e de olhares discretos lá se encontrava esta pacata e simples pousada, que tinha nada mais nada menos do que uma praia privativa, para aqueles que queriam desfrutar de um verão tranquilo aproveitando o que de melhor a vida nos deu.

Existia uma praia simples com agua transparente, em forma de "U" tal como nas imagens que vemos da Grécia das agências de viagens, mas nem queriamos acreditar onde tinhamos vindo parar.

Já dentro de água a sensação de estarmos num rio ou mesmo piscina era impossivel de não sentir, de tanta calma que nos rodeava naquelas águas calmas e quentes daquela praia embutida numa enseada que criava um silêncio próprio. No horizonte o sol já descia lentamente e relaxadamente como nós naquelas águas transparentes. O silêncio conseguia-se ouvir naquele instante em que o sol descia enquanto se mergulhava naquela água pura.

E em silêncio disfrutámos relaxadamente até o sol se pôr, um momento simples, uma paisagem única.....

Toda aquela calma, serinidade fazem com que elegessemos aquele lugar como unico e especial onde o sol se põe, tal como em todos os outros lugares, dia após dia, mas que o olhámos e sentimo-lo de forma diferente.

Posso dizer que nos sentimos contentes de ter tido a oportunidade de ter estado lá para viver a simplicidade da magnitude daquele pôr do sol naquele cantinho perdido de um pais que poucos conhecem...

O mito do Norte

Muitos são aqueles que pensam que no norte da europa encontra a terra do El-dourado, onde tudo é neve e gelo onde o povo é culto e educado, onde as sociedades são um exemplo a seguir....pois bem....brevemente neste blog perto de si a verdade sobre o mito dos paises nórdicos será desvendado....não perca....brevemente.

Praga, é moda!

Praga! Ou como escrevem os checos, Praha! Agora é moda… por isso os preços estarem o que estão, a procura é tanta! Ainda ninguém pensava em ir à república checa e já o peregrino do leste lá tinha posto a bandeira. Estávamos no ano de 2001 e lembro-me perfeitamente de um amigo do Barreiro me perguntar: “Praga?! Para quê?! Aquilo tem praia?” Ou ainda outro: “Tem cuidado que aquilo é perigoso!”

Antes de contar uma história engraçada deixo aqui uns pontos de vista muito meus.

- Existem cerca de meio milhão de americanos na cidade, em 2001 já eram 300.000. As relações com os EUA são fortes e são muitas as empresas que aos anos lá trabalham.

- A presença americana mais o turismo em massa dos últimos anos transformou a cidade. Praga é tudo menos checa. A avenida principal, onde decorre a história que conto mais abaixo, está repleta de casinos, restaurantes para bolsos e gostos americanos, fast food joints e à noite, prostituição total.

- Querem a verdadeira experiência checa? Então recomendo as florestas da Morávia ou a pitoresca cidade de Brno.

- A cidade é linda! Durante Setembro ou Outubro é a melhor altura para se visitar. Mais barato e as ruas não se encontram tão cheias de turistas.

Vamos à história:

A minha primeira visita à cidade mais o André calhou num verão muito chuvoso onde o rio transbordou, tudo fechado e maioria das pessoas a fugir da cidade para terras mais elevadas.

Neste cenário e nós a perguntar a um polícia por uma discoteca famosa que tínhamos lido no guia. Resposta: “Everything is closed! Go out of town!” Noites fraquíssimas… foi então que um “amigo africano” nos aborda quando já íamos a caminho do hotel.

“Psst! Psst! You should try the Empire Club! First drink for free, good music and wonderful girls!”

Suspeito claro! Mas à falta de melhor lá fomos. Claro está, entrámos numa casa de meninas. Tudo normal. Uma table dance a um canto, um strip com poste ao fundo, pouca luz, muitas mulheres bonitas e simpáticas, e claro na recepção, a senhora de idade líder do negócio.

Pedimos as 2ª bebidas e 2 meninas aproximam-se de nós cheias de simpatia. Depois de ter conversado com a Roxanne (tantos nomes de guerra tinha logo de ter este) 5 minutos, rapidamente percebeu que não vinha para consumir e perdeu o interesse na minha pessoa. Olho para o lado e o André conta à menina que lhe calhou toda a história da nossa viagem! Finalmente quando se cansou e ela percebeu que não havia “negócio” mandou-nos um olhar fulminante e voltou para o trabalho.

Nada de espectacular até aqui, mas o melhor aconteceu na hora de pagar. Parece que a primeira bebida grátis implica que a segunda custa o triplo do preço normal. Contamos as poucas coroas checas que tínhamos e não dava para pagar. Tiro o meu Visa Electron do cartão de estudante e a senhora de idade diz-me: “Only master card or visa” e ainda: “Don’t worry! Your friend stay here and you go to the bankomat to withdraw some money.”

Isto sem antes chamar a versão segurança de 2m com casaco de cabedal do Axterix para me seguir até ao Multibanco não fosse eu esquecer-me do André.

Foram momentos de tensão com o segurança a mostrar-me a arma por debaixo do casaco e a anular as minhas tentativas de meter conversa. E se o cartão não funcionasse?

Obrigado Caixa Geral de Depósitos por me teres safado naquela noite…

No dia seguinte partimos para norte para a Polónia porque para sul estava tudo inundado com as cheias do rio Danúbio. Foi nessa viagem “forçada” à Polónia que nasceu a minha paixão pelo país e uns dias depois estávamos a ver o Papa Jan Pawel Drugie na sua última visita a Kraków.

sexta-feira, maio 05, 2006

Momento Musical

Tenho uns gostos bem variados no que toca a música. De entre muitos e duma forma geral adoro cantoras com vozes muito femininas e cantores com vozes bem masculinas. O que exclui personagens como a Cher, Anastasia ou Justin Timberland.

Outros como o Michael Bublé ou Jamie Cullum mostram-nos que malta com o estilo e voz do Frank Sinatra existe ainda neste século e com menos idade. Hoje falo-vos aqui do Jamie Cullum. Pois é! Este rapaz com uma voz ainda por aperfeiçoar de constipação mistura o pop e o jazz duma forma bem cool.

A canção que dá nome ao seu álbum, Twenty Something, é fantástica! Descreve as dúvidas, as crises, os problemas típicos do solteiro com “20s e tais” anos. Como me auto insiro neste grupo a letra inquieta-me e dá aquela sensação de: “Ah! Afinal existem mais como eu!”


O ritmo é incrível, aconselho o download:

Twentysomething

After years of expensive education
A car full of books and anticipation
I'm an expert on Shakespeare and that's a hell of a lot
But the world don't need scholars as much as I thought
Maybe I'll go travelling for a year
Finding myself, or start a career
Could work the poor, though I'm hungry for fame
We all seem so different but we're just the same

Maybe I'll go to the gym, so I don't get fat
Aren't things more easy, with a tight six pack
Who knows the answers, who do you trust
I can't even seperate love from lust
Maybe I'll move back home and pay off my loans
Working nine to five, answering phones
But don't make me live for Friday nights
Drinking eight pints and getting in fights

Maybe I'll just fall in love
That could solve it all
Philosophers say that that's enough
There surely must be more
Love ain't the answer, nor is work
The truth elludes me so much it hurts
But I'm still having fun and I guess that's the key
I'm a twentysomething and I'll keep being me