segunda-feira, outubro 29, 2007

1º Novembro - "Dia dos Mortos"

Feriados religiosos!

A maioria nem sabe porque é feriado, incluindo eu, mas que é algo muito positivo, é!


O feriado de 5ª feira passou a ter outro significado para mim depois de viver em Cracóvia.

O “culto” dos mortos na Polónia é algo incrível! A ida ao cemitério para visitar os restos mortais dos familiares e amigos é um acontecimento a nível nacional com cobertura nos jornais e Tv.

Há famílias que passam toda a manhã, tarde e noite no cemitério. Celebram-se missas dentro dos cemitérios, acendem-se velas e colocam-se flores nas campas.

O ritual para a família que conheci mais de perto é o seguinte:

  • Ao chegar a uma campa fala-se durante uns minutos acerca dessa pessoa enquanto viva. O que fazia, como era, recordam-na.
  • Depois fala-se um pouco de temas triviais. Nada relacionado com o morto.
  • Dá-se uns minutos para que cada um reze em silêncio por essa pessoa.
  • Colocam-se flores e velas e parte-se para a próxima campa.

O que mais impressiona são as noites:


Um cemitério à noite já é algo que merece respeito, por todo o simbolismo que tem.

Agora procissões, milhares de velas acesas que tentam vencer a escuridão sem sucesso, pessoas a rezarem num murmúrio fantasmagórico e tudo sob graus negativos e neve…

… as fotos valem por mil palavras…







Há ainda campas em memória das vítimas do holocausto. No entanto o com mais visitas devido a ser um sofrimento mais recente é o em memória de todos os polacos que “desapareceram” durante os anos de USSR e de domínio russo.



O filme mostra melhor...

Impressionante...

domingo, outubro 28, 2007

Procurando casa para viver...

Algures em Lisboa...

Fotos gentilmente cedidas por Tiphaine Poulain.

quinta-feira, outubro 25, 2007

Annecy / Rumilly - Estereótipos 2

Por ocasião de um encontro internacional de supply chain da empresa onde trabalho fui para o Este de França uma semana no passado Setembro, mais propriamente Annecy e Rumilly na região de Haute Savoire, perto dos Alpes na fronteira com a Suiça.

Bom! Em Genéva não é necessário falar francês! Desde o rent a car, passando pela florista e terminando na loja de sandes e saladas, há sempre um emigrante português para ajudar. Por isso, cuidado com o que se diz ao pensar que ninguém ao redor vai entender. Alugou-se um carro no aeroporto e lá atravessámos para França. Viagem bonita com paisagem campestre, as pequenas quintas e o verde dos campos salpicados com vacas malhadas e ovelhas.

Annecy é um vila encantadora, junto à margem do enorme lago de mesmo nome, com o Mont Blanc impunente marcando o fim da França. É um belo cantinho de França! À semelhança de outras viagens em

trabalho, fica a insatisfação, a frustração de não ter tido tempo para aquela volta ao centro durante o dia, a tristeza de não ter mais tempo livre.

Fica o registo duma noite de copos bem passada na discoteca local, com equipa multi nacional a dominar a pista de dança, numa festa privada de adolescentes que comemoravam o regresso ao liceu.

Região de bons vinhos e de queijos fortes e saborosos recomenda-se o restaurante típico Le Alpin e o fondue de queijo acompanhado com carnes fumadas e salada.

Os franceses têm uma forma de estar e de fazer negócios, interessante.

Em ambientes de gestão e de negócios são bastante cordiais e educados. Para impressionar, uma pessoa, tem de o fazer pela classe, pela forma elegante como comenta um vinho. O humor é sarcástico e os trocadilhos são uma constante. Adoram jogos de palavras e podem mesmo mandar alguém a um sítio menos agradável, mas sempre com estilo! Glamour!


Na minha passagem em Madrid deu para ver como os espanhóis são o oposto. Muito mais francos e directos, senão gostam de algo são bem claros e fazem questão que se note bem! As anedotas “picantes” são um ponto a favor e é frequente impressionar numa conversa pelo à vontade com que se está. Deve-se falar mais alto que o nosso interlocutor e dizer umas graçolas porcas e machistas, mesmo com mulheres presentes.


Voltando aos franceses, a uma bebida simples de Anis com groselha ou água tónica, pode-se dar um nome fino, Pastice, e tem-se logo mais classe. Como aperitivo em vez dum martini, porque não um Kyr Royale?

Na Espanha, Madrid em particular, é mais comum licor de ervas ou Patcharan, servido fresco em frascos cúbicos de cristal, depois del postre.


Nesta Europa Ocidental onde colocar os portugueses no panorama de almoços de negócio?

Realmente temos mais de franceses do que de espanhóis no que toca a estes rituais sociais do fantástico mundo empresarial. Mais formais no trato que os espanhóis, mas também com um humor descontraído. Sobretudo somos muito pretensiosos e cheios de diplomacia quando envolve receber pessoas de fora.

Mentalidade geral portuguesa:

“Deixa-me impressionar o vizinho! Mostrar-lhe como estou bem na vida e como tenho tanto para oferecer e como sou tanto ou melhor que ele!”

Afinal de contas somos um país bonito com sol para os outros visitarem, EXPO98, estádios de futebol, tudo em grande, para minimizar os enormes complexos de inferioridade que temos.


Se alguém de fora vem a Portugal em negócios é recebido super bem e como anfitriões estupendos que somos há que levá-lo ao melhor, mas sobretudo o mais caro, restaurante da cidade e arredores. Impressionar!

Na França, foi comer num jardim uns canapés e uns suminhos e voltar ao trabalho passado meia hora. Chique! Bela vista para as montanhas com montes de vespas a atacarem o salmão fumado dos petiscos.

sexta-feira, outubro 12, 2007

gato fedorento-colete cor se rosa

Falava no post anterior da cor "rosinha"! Cuidado a quem a usa...

Estereótipos I - Fatos e gravatas

Estereótipo é a imagem preconcebida de determinada pessoa, coisa ou situação.

Estereótipos são fonte de inspiração de muitas piadas, algumas de conteúdo racista, como as piadas de judeu, que é retratado como forreta, português (no Brasil), como pouco inteligente, etc.

Estereótipo étnico é uma forma de representar um grupo étnico ou povo de forma generalizada (como se todos fossem iguais).


Fonte: Wikipedia


O mundo é demasiado complexo para que consigamos conhecer tudo sobre cada cultura, cada língua, raça, etc. Todos fazemos estereótipos baseados na nossa experiência e no nosso conhecimento residual do mundo que nos rodeia.

Agrupamos, associamos, concluímos para simplificar a realidade à nossa volta:

“Os espanhóis” são sempre “assim”

“Os alemães” são sempre “assado”

Mas sem dúvidas que algumas características são típicas e acontecem na generalidade do grupo em questão.

Nesta nova rubrica do blog sem querem ofender ninguém e sempre tendo em conta que os “bitaites” dados aqui são sempre baseados na minha experiência, enveredo com receio pelo mundo dos estereótipos.


Fatos e Gravatas:

Algo mais variável e subjectivo do que moda masculina?

Quando comecei a trabalhar em Espanha recebi algumas críticas dos locais acerca das minhas camisas escuras e gravatas de riscas.

Em Espanha usa-se muito camisas de cores claras, lisas, simples e sem riscas ou quadrados. No entanto é na gravata que está a criatividade, é onde cada um afirma a sua individualidade.

Cores berrantes, rosa com verde, florescentes, com bonecos, vale tudo, mas camisas claras. Ah! E nada de fato com riscas (rayas diplomáticas como lhe chamam), estão fora de moda.

Na Holanda por exemplo, as riscas nos fatos já são um “must”! Mas falo de riscas enormes e com cores menos previsíveis, rosas, laranjas, verdes e claro com a gravata a condizer com a cor das riscas. Termina com sapatos em bico que em homens de 2,0 metros de altura dá aquele respeito.

Recordo um pólo cor de salmão que tinha no liceu e como gozaram comigo durante essa altura, por ser uma cor feminina, coisa de meninas e tal.

Actualmente em Portugal, houve um movimento “ROSA” no que toca a cores de camisas e gravatas. Porque será?

Serão compradas pelas mulheres e namoradas? Somos menos machistas agora do que durante a minha infância?

segunda-feira, outubro 08, 2007

Lusko Fusko em Madrid

Um bilhete de avião oferecido por um amigo

+

40h em Madrid

+

Intoxicação alimentar

=

Fim de semana lusko fusko, intenso

Mais um sábado. Sem planos. Todos os amigos e família fora de Lisboa para a ponte do 5 de Outubro.

Um telefonema de um amigo:

“Queres ir a Madrid? Ganhei um bilhete e não posso ir. Queres o bilhete?”

Como gosto destas surpresas da vida!

Preparo 1 pequena mochila, almoço. A massa com ovo e amendoins que faço enquanto falo no Messenger não me cai bem.

Registo o bilhete! Faço telefonemas para amigos em Madrid. Procuro casa para a 1ª noite. Já está! Pronto!

Dói-me o estômago! Que raio da massa do almoço!

A caminho do aeroporto as dores aumentam e ao fazer check in e passo pela cerimónia que é o entrar num avião, começam os vómitos e a diarreia duma vez.

Hesito em partir… consciência luta por uma decisão.

Parto!

Em pleno voo:

Eu – “Perdoname! Tienes una bolsa para el mareo?

Hospedeira – “Usted está mareado?”

Eu – “Fue algo que he comido...”

Hospedeira – “Vale! Un momento...”

Não cheguei a receber o saco! Corrida para a casa de banho e já está! Almoço fora! WC do avião inutilizável!

Incrível o poder da mente! Se estivesse em casa, depois desta ficava deitado sem me mexer. No entanto, estar a viajar dá-nos uma energia enorme e ao pôr o pé no terminal T4 já estava pronto e a comer uma banana. Já passou!

É um facto conhecido que o poder da mente faz com que mesmo que alguém adoeça durante uma viagem, só quando regressa é que os sintomas se manifestam.

Voltando ao slogan de turismo espanhol:

“Sorri! Estás en España!”

E assim foi!

Venga! Vamos que nos vamos! Ala, de juerga!

Álvaro, Alberto e Sílvia esperavam por mim já de cañas na mão em pleno bairro La latina. As últimas novidades! Recordações antigas! Risos e piadas, termina-se de madrugada num banco de jardim algures em chueca.

Opera, Gran Via, Sol, esta energia Madrileña que tanto me continua a surpreender!

Regresso ao hostel. Zás! Lá se vai a banana e os copos que bebi! Isto está mal…

Levanto-me de manhã com dores e uma fome enorme!

Bebo muita água, como pão simples e espero que algo se mantenha no estômago.

AZAR!

Cheio de vontade de recordar a saborosa e pouco saudável comida espanhola, visitar restaurantes conhecidos, as tapas, os montaditos, o museu do jamon e tenho o estômago em greve!

O sol está forte às 11 da manhã e os 24 graus enchem as ruas de turistas!

Escapo das multidões do palácio real e da praça de Espanha e visito ruelas, becos e descubro um mercado dominado por emigrantes sul americanos. Um verdadeiro caos de sons, cheiros e cores, um assalto aos sentidos! Já não estou em Espanha. Estou antes em Lima ou mesmo na cidade do México.

Uma visita à farmácia e a coisa parece endireitar-se… quero escapar do barulho e descansar.

Escolha óbvia! O parque del buen retiro é o sítio perfeito para descansar e dormir uma sesta. Sol gostoso, toalha estendida e durmo quanto tempo não sei.

É óptimo ver quem passa. Casais de namorados em passeios de barco romântico.


Amigos juntam-se e bebem e fumam sentados na relva, passeios de família, balões, teatros de marionetas, artistas de rua, senhoras a lerem a sina com cartas de Tarot.

Encontro mais amigos! Conversa-se! Bebe-se, desta vez água, numa esplanada na praça da independência. Ficam promessas de visitar Portugal! E as 40h estão no fim…

Enquanto aguardo o avião atrasado 1 hora, penso que foi positivo, que valeu a pena a curta visita a Madrid e já comi um pequeno almoço do Mcdonalds e a máquina digestiva parece ter regressado ao serviço.

sexta-feira, outubro 05, 2007

Dubrovnik - Uma cidade única

Muito tempo tenho consumido com o meu novo mundo de cereais de pequeno almoço e barras. O peregrino do leste tem escrito menos... mas continua no activo!

Como último post sobre o verão passado aqui vai uma referência curta e insuficiente sobre a fantástica cidade de Dubrovnik na pontinha sul da Croácia.



Assim como Gdansk na Polónia ou Veneza em Itália, Dubrovnik também foi durante séculos um centro logistico de mercadorias, uma cidade livre! Ou seja, pertencente a um país, mas devido à sua enorme riqueza, tinha as suas próprias leis e impostos e era independente economicamente e socialmente da Croácia.

É ainda visível na forma de estar dos locais que a cidade goza dum estatuto especial, duma aura própria do resto da Croácia!

A localização incrível do centro histórico dá-lhe um ar robusto! Impenetrável! Construída sobre rochas junto ao mar, com as montanhas a servir de escudo geológico natural atrás, devia ser difícil conquistar a cidade.

Foram dias muito quentes de praia, gelados e noitadas! Infelizmente, em finais de agosto, um mês depois de lá ter estado, houve um grande incêndio que queimou toda a vegetação dos arredores da cidade. Pena! Para uma cidade que à uma dezena de anos estava a ser bombardeada e cercada pelo exercito Sérvio, um incêndio não há-de abalar muito!

Deixo aqui um link para um album com mais fotos da cidade:

CLIQUE AQUI


Marysia Sadowska - Kiedy nie ma milosci

Pela voz da Marysia, a lingua polaca soa lindissima. O teledisco vale a pena. Ela começa em Londres e acaba o novelo de lã em Varsóvia. Duas cidades com grande fluxo de emigrantes nos últimos anos. refrão: quando não há amor...segue em frente... segue em frente