sábado, março 22, 2008

Procissão dos Penitentes no Paul

A Páscoa...


Em Lisboa não se sente grande mudança nesta altura do ano. Os dias estão mais longos, há muitos anúnicos na tv com referência a coelhos e as famílias compram doses exageradas de amêndoas e chocolates em forma de ovos. Mais uma data transformada em armadilha comercial e consumista.

Mas Portugal não é só Lisboa. E as tradições no norte e interior mantêm-se ano a ano.

Numa viagem à terra, o meu pai assistiu à Procissão dos Penitentes no Paul, e fez-me uma descrição tão pormenorizada e emotiva que decidi escrever umas linhas sobre esta tradição talvez pagã... Talvez... porque as versões acerca da origem não coincidem.

No Jornal do Fundão de 13 de Março escreveu-se o seguinte:

A procissão dos penitentes no Paul é uma das mais impressionantes da região. À meia noite, ouvem-se as badaladas do sino da Igreja e as luzes apagam-se em toda a cidade.

Os penitentes surgem então descalços, envoltos em panos brancos e anunciam a sua passagem através da "relha"(corrente com uma bola de ferro na ponta presa ao tornozelo) que um deles arrasta nas pedras da calçada. Outros carregam escadas, outros cruzes.

Esta manifestação pagã poderá representar a flagelação ou uma prece por causa da Peste Negra.

Parece que na idade média haveria muitos leprosos que só se deslocavam à noite quando os habitantes se recolhiam.

A escuridão, o silêncio apenas quebrado pelo ruído das preces e das correntes a arrastar, são de arrepiar até os mais corajosos.

Não é uma manifestação moral e mais do que religiosa, é sim mística e de grande exotismo.

segunda-feira, março 17, 2008

Fim de semana ganhei padrinhos

Que grande surpresa este fim de semana!


Em casa para mais um almoço com a família e tocam à campainha.


Descobri que tenho padrinhos. Quem são? O que fazem? Como nos encontraram passados 20 anos? O porquê da rotura entre eles e os meus pais?


Sobretudo, porquê agora? Porque não antes? E a coincidência eu estar em casa dos meus pais nesse mesmo dia.

Passou-se a tarde a responder a essas e outras perguntas. Ficou o contacto.

Hoje em dia com, blogs, hi5, facebook, linkedin, email, telemóvel, Messenger e outros é muito difícil perder o contacto com quem quer seja. A menos que se queira. Mas nem sempre foi assim.

Jack Johnson, Donavon Frankenreiter and G-Love

3 Exemplos de que a clássica combinação guitarra/voz nunca deixará de existir! Jack Johnson ficou famoso em todo o mundo, Donavon a caminho, G-Love apenas do outro lado do atlântico. Jack tem a melhor voz, Donavon o melhor guitarrista e G-Love o mais "homem espectáculo". Adoro os 3, melhores em separado...

Ups and Downs - Snoop Dog

O melhor dos states... a vida de crime compensa! Não que goste muito do Snoop dog, mas do género, é o que tem a atitude mais honesta. E o refrão é altamente viciante...

sexta-feira, março 14, 2008

Agentes Imobiliários

Senhores vendedores de imóveis. Oh grandes entidades conhecedoras de todos os detalhes bons ou menos bons das casas que visitamos. Com grande à vontade, estão munidos de frases chavão que pensam que convencem todos os potenciais compradores. Estão enganados.

Bratislava

A vocês que vendem casas, evitem frases como as seguintes, como colegas vossos usaram comigo:

- Pode procurar mais, mas não vai encontrar melhor casa do que esta;

- Pode tentar negociar o preço com o proprietário, mas quer o meu conselho, não o faça porque esta casa está a um preço muito justo;

- Se não fosse aquele prédio tinham vista para o mar;

- Esta casa está bem servida de restaurantes (cozinha não equipada);

- Daqui à autoestrada A5 são 5 minutos a pé;

- Não podemos baixar mais o preço do aluguer, porque o senhorio já paga 60€ de condomínio.


E nunca tratem o cliente por “amigo” ou “chefe”...

Com o mercado imobiliário em crise, viva os alugueres!

quarta-feira, março 12, 2008

Mudanças

A demora na actualização deste site nos últimos dias tem um motivo:

Mudança de casa

Finalmente deixei o inferno matinal da A5 e agora demoro 5 minutos de carro para o trabalho. Haja qualidade de vida!

Entre visitas a casas, negociação de contractos, mudança de contractos de luz, água e gás e muitas visitas ao IKEA, ocorreu o seguinte diálogo, óptimo para episódio de novela da tarde:

3 futuros inquilinos acompanham o futuro senhorio a uma última visita da casa antes da celebração do contracto de aluguer.

Ao entrarem na casa esta não está vazia. Está presente a empregada a limpar os destroços de uma obra recente e outra senhora com um porte bastante altivo.

É a ex-mulher do senhorio que veio com o novo marido buscar mobílias que lhe pertencem.

O clima é gélido! À excepção do barulho ritmado da vassoura da empregada a limpar o chão, o silêncio é absoluto.

Senhorio – Já tens tudo?

Ex-mulher – Sim! Tenho tudo.

Silêncio. Futuros inquilinos trocam olhares discretos.

Ex mulher sai com o novo marido e, sem querer, fecha a porta com um estrondo.

BAM!

Silêncio. Futuros inquilinos dão mais uma vistoria às divisões da casa.

Senhorio despede-se da empregada que entretanto terminou as limpezas.

Inquilinos e senhorio juntam-se na suite da casa para discutir pormenores:

Senhorio – Desculpem lá a situação de há pouco.

Inquilino A – Não há problema.

Senhorio – Da mobília da casa vou levar tudo, apenas vos posso deixar esta cama. Algum de vocês precisa de uma cama?

Inquilinos em uníssono – Não.

Senhorio diz cabisbaixo – Sabem o que é… a minha ex-mulher não quer ficar com ela para não se lembrar de mim… a minha nova mulher não quer dormir na cama “da outra”…

Silêncio…

Para quebrar o gelo árctico que fazia dobrei-me sobre a cama, empurrei o colchão com a mão como que a testar a qualidade e a cama chiou imenso.

Eu – O colchão é de quê?

A risada foi geral…


A registar uma outra visita a uma outra casa em que o agente imobiliário não conseguia abrir a porta da casa que se prupunha mostrar. Bizarro que tenhamos de arrombar a ombros, a porta da casa onde potencialmente vamos morar... se fosse possivel filmar determinados momentos da vida...

Passeatas de fim de semana

Num destes fins de semanas passei por territórios já bem conhecidos em que já não se espera descobrir nada de novo.

Fabulosas surpresas que mereceram a redacção deste post. As fotos seguintes merecem ser comentadas:

No castelo de Palmela encontrei este belo animal que, estacionado perto da zona de escavações de vestígios neolíticos do castelo, zurrava a chamar pelos donos que exploravam e subiam às escadarias da torre mais alta.

Da pouca conversa possível eram 2 alminhas que andavam a percorrer Portugal a pé, tendo o burro como transporte apenas de carga. De onde vinham e onde terminavam a sua jornada não consegui apurar, mas… UAU!


Passagem pela emblemática Avenida Luísa Todi de Setúbal que merece um destaque no famoso jogo de tabuleiro Monopólio tirei esta foto.

Que Setúbal, apesar de capital de distrito, é uma cidade que estagnou, tem índices de desemprego assustadores, consumo de droga elevado e outras coisas boas não é novidade para ninguém.

É hoje uma cidade em declínio, presa às velhas glórias de centro piscatório desactualizado pelas políticas de cotas da EU, que quem visita vai para comer o choco frito na Avenida Todi ou para apanhar o barco para Tróia.

A falta de verbas do município é evidente neste cartaz a apelar ao cidadão comum em contribuir com o que conseguir para a recuperação do Fórum Municipal. Em tempos de crise e de “aperto do cinto” como o que vivemos; investir na cultura não é a prioridade nem do poder central, nem do poder local.



Deparei-me também com uma caça ao tesouro na serra da Arrábida, mas imagine-se… de GPS!

Sim! Eu pensava que GPS era apenas para ajudar a chegar de carro mais facilmente ao destino traçado, ou a encontrar uma rua.

Agora também há quem use sites de Internet para lançar caças ao tesouro em que com as coordenadas de GPS, se vá a determinado sitio, se encontre um objecto e se deixe alguma marca nesse objecto a registar a sua presença.

Aos interessados procurem no google por: “geocaching”

Feira de Chocolate em Óbidos

A cada ano que passava dizia:

“Para o ano tenho de ir à feira de chocolate de Óbidos”

Finalmente fui este ano, mas não gostei. O tempo chuvoso não ajudou, mas nem assim escapámos ao caos para estacionar e ao mar de pessoas que invadem Óbidos nesta altura do ano, que tornam as ruas estreitas num mar de varetas de guarda chuva prontas a vazar olhos.



Pergunta:

O que faz tantas pessoas saírem de casa a chover, num fim de semana, fazerem Kms, para ir a uma feira?

Resposta:

“A expectativa de comer chocolate à borla”

Resposta opcional:

“Nada melhor para fazer”

As minhas expectativas em ir comer muito chocolate apenas ao pagar o bilhete de entrada foram por água abaixo. Fonte de chocolate, muitas esculturas em chocolate e açúcar, mas comer alguma coisa só a pagar.

Não evitei o fondue de chocolate branco com morangos e em fazer algumas compras.

Ir pela apenas pela feira não recomendo, mas a vila de Óbidos merece sempre uma visita. Ai que belas ginjinhas em copo de chocolate...