segunda-feira, outubro 06, 2008

Santorini - Os caçadores de Pôr do Sol

Os venezianos chamaram-lhe Santorini. Em grego será “Ágios Fira”. Em português chamar-se-ia a ilha de Santa Irina.


A jóia das ilhas Cíclades!



A aventura “à vela” terminou nesta ilha bem a sul do arquipélago. Sendo a mais famosa de todas as ilhas, acertadamente foi onde ficámos mais tempo antes do regresso de volta à capital.



Lindíssima!


Culpa de quem?! Da natureza, claro! Há milhares de anos, 4 vulcões unidos implodiram, separaram-se, resultado; uma coroa em forma de “C”invertido com um pequeno vulcão no meio ainda em actividade.


Passo a descrever a ilha por região:


SUL


Um farol na ponta extrema mais a sul avisa os barcos dos perigosos rochedos. Uma elevação ostenta as ruínas da capital antiga com vistas deslumbrantes. Lá de cima a estrada serpenteia até às praias de água quente e areias negras lá em baixo.


Hotéis, parques de campismo e rent a car por todo o lado garantem boas férias familiares para todos.


Uma praia vermelha que surpreende pela cor mas não pela beleza com muito pouca areia para estender a toalha.



CENTRO


Falésia alta, rochosa. A capital da ilha, Fira ou Thira, descreve-se melhor com fotos. As ruas estreitas, o sobe e desce do aglomerado de casas na falésia, os 584 degraus que descem da rua principal até ao porto principal de ferries lá em baixo.


Os passeios de burro, os animais são ainda utilizados para transportar mercadorias como as malas dos turistas e pessoas na íngreme subida.




NORTE


A cidade de OIA (lê-se ìa) é encantadora. Romântica, perfeita, nada mais há do que restaurantes, hotéis de luxo e ourivesarias, tudo a pensar no romance, tudo virado para o por do sol.


O nosso barco atracou num pequeno porto piscatório a sul e o aluguer de carros foi a melhor opção para conhecer toda a ilha. O que Sul, Centro e Norte têm em comum na ilha? 1001 vistas soberbas sobre o mar!


Todos os dias ao pôr do sol centenas de turistas, maioria casais, enchem as ruas de IA para ver o espectáculo grátis. Eu, habituado a por do sol no mar, nós portugueses com 900Km de costa oceânica virada para oeste, deveríamos aprender a vender o por do sol como os gregos o fazem.


Por toda a parte cada bar de praia, restaurante, anuncia o melhor por do sol. O melhor local para pedir a alma gémea em casamento:



E este marketing super agressivo, funciona. Até há empresas que fazem SUNSET Tours, levando os turistas em barcos até sítios específicos onde o por do sol será o melhor. Tentem contar quantas máquinas fotográficas existem nestas fotos:



E claro está, a típica foto do casal ou da beldade ao pôr do sol:



Mas também consegui descobrir alguém que não estava nada interessado no evento natural:



Mas porque não se investe no nascer do sol?!? Sendo uma ilha também terá grandes auroras!


Mas não, o pessoal só gosta do por do sol. Eu adoro! No entanto continuo a achá-lo algo para se viver e sentir mais em privado. Foi a primeira vez que vi um pôr do sol massivo, uma febre colectiva género chuva de estrelas ou locais para observar eclipses.


Agora sim o espectáculo:



E no final quando o “espectáculo” acabou fugiu tudo a grande velocidade. Parecia o final dum jogo de futebol. E ao longe ouvia-se mais uma vez uma música dos Abba! Mamma mia…


Conselho: OIA em Santorini para visitar apenas em pares.



Lusco Fusco

Ainda em relação ao texto anterior e para provar que há portugueses visionários que já sabem do grande potencial que o pôr do sol (lusco fusco) pode ter no turismo em Portugal. Abram-se casas de lusco fusco!

Carninha no Olimpo


Devido à crise financeira gerada em parte pela facilidade em conseguir empréstimos e o exagerado positivismo dos mercados financeiros, durante as férias na Grécia grandes debates se fizeram entre amigos. Algumas previsões do que será, como, quando e de que forma afectará as nossas vidas.


Na curta visita a Atenas, e numa altura em que se fala ainda mais na competitividade das empresas e dos mercados, algo me chamou a atenção.


Não apenas pela enorme violação aos sentidos: cheiro forte, as cores vivas e os sons sibilantes das facas afiadas e dos gritos dos vendedores; mas sobretudo pela enorme concorrência do mercado de carnes de Atenas.




Cerca de 2 centenas de vendedores gritam e anunciam os melhores negócios, a qualidade superior da sua carne.


Ao contrário do nosso habitual talhante atrás do balcão, estes encontram-se no meio dos corredores a apregoarem, incentivando a comprar, abordando as pessoas a regatear. Vi um a beber uma cerveja enquanto discutia com um cliente o preço, ainda outro a fumar ao pé das carnes expostas. Vale tudo! A concorrência FEROZ!



Confusão essa que é um retrato de toda a cidade de Atenas, capital da Grécia. Suja, confusa, poluída, barulhenta, em Atenas vive-se a “200 à hora”…





Olhando para as ruínas da antiga Acrópole no alto do rochedo, a imagem de deuses do Olimpo e de templos sagrados, em mármore límpido e de túnicas brancas na antiguidade contrasta com a realidade actual ao seu redor.


As ruínas gregas na cidade são como um retiro de calma, silêncio e espiritualidade em comparação com o resto da cidade. Bom… pensando bem a visita foi fora da época alta e as hordas de turismo em massa estão reduzidas nesta altura do ano e o calor intenso do verão já não se sentiu.


A carga histórica da cidade não deixa de impressionar e à semelhança de Roma, em cada canto, em cada bairro, ao virar da esquina lá está um “templo de Diana”, umas ruínas, umas escavações em progresso. Aliás o complicado que deverá ser escavar um túnel de metro e não interromper as obras umas 100 vezes devido a encontrar ruínas ou artefactos antigos…



Mudança da guarda em frente ao parlamento. Note-se a forte influência turca na farda do exército. Os chapéus vermelhos.