quinta-feira, maio 29, 2008

Cesky Krumlov

"N.A. O texto seguinte foi escrito em trânsito entre 18 e 19 de Maio"

Chove há 48 horas.

Meio molhado, mãos enregeladas do frio, finalmente chego ao hostel recomendado. Estou na jóia da Bohemia, região sudoeste da Republica Checa.

Cesky Krumlov

Depois de uma viagem de autocarro atribulada desde Praga, as expectativas são elevadas. Após registo e pequeno descanso na pousada para secar e ler um pouco, parto sem grande motivação para a chuva e poças de água lá fora.


Chapéu de chuva numa mão, máquina fotográfica noutra, a cada foto que tiro descubro uma pequena cidade lindíssima. O rio Vlatva que vem da capital, contorna totalmente o centro da cidade e o enorme castelo imponente com a sua torre colorida, facilmente leva a mente do turista para cenários edílicos de cavaleiros, princesas e dragões.

Através de uma ponte fantástica passa-se por debaixo do castelo para os jardins da cidade e escolas de equitação (most ná Plásti)


As casas com telhados vermelhos, as paredes pintadas com motivos medievais: Checos?!? Muito poucos. Americanos sim muitos e japoneses ainda mais…

Volto ao hostel para jantar. Na sala um americano toca Didjeridoo (não sei como se escreve), outros falam da desvalorização do dólar face ao euro, não podiam estar mais desenquadrados do cenário medieval depressivo do mundo lá fora. Lamento não ter alguém para partilhar o que vi.

Viajar com amigos tem claras vantagens sobre viajar sozinho, mas a liberdade total gozada durante uma experiência “a solo” pode ser muito positiva.

Claro que ninguém gosta de estar sozinho, faz parte da condição humana, somos seres sociais por natureza. Viajando sozinho está-se mais disponível para falar com estranhos e, se nos dispusermos a isso, rapidamente se sai da condição de lobo solitário.

No hostel onde fiquei seria difícil não fazer amigos. Acolhedor, pequeno, familiar, um convite para cozinhar com uns australianos e já está. Passados minutos estou a fazer Pretzel’s, a amassar e a dar forma aos bolos. Uma verdadeira linha de produção panificadora internacional com americanos, australianos, canadianos e um rapaz mais calado com um sotaque engraçado de Portugal. Onde fica isso?!?

Após dar forma uma pré cozedura em água a ferver e vão ao forno. Salgados, com sementes de papoila, com doce, ou até com mostarda picante, assim foi o jantar; pretzel’s e jarras de cerveja que iam buscando ao bar ao lado da pousada.

Passou-se o serão a ver filmes checos legendados em inglês, toca-se guitarra, comenta-se o novo álbum dos rádiohead, abordam-se temas universais como educação sexual, depilação púbica, viagens e aventuras. Um australiano, 50 anos, olhos azuis claros, uma barba enorme, viaja pelo mundo sem planear nada, diz-me já com muita cerveja bebida:

“Incrível! Tanta visita e borga em Albufeira e Lagos, e o primeiro português que conheço é numa vila na Republica checa!”

E continua a chover lá fora…

1 comentário:

Anónimo disse...

Pretzel's, QUÉ BUENOOOSSSS... Después de una noche en blanco y sin haber desayunado aún... se me hace la boca agua...

Me ha hecho gracia lo de los temas universales, porque es verdad, depilación púbica aparte, siempre se acaba hablando de las mismas cosas. Tu noche me recuerda a las que yo pasé en varios albergues juveniles, con grupos así, cada uno de una punta del planeta, cuando viajaba sola...

Qué ciudad tan bonita! Gracias por el paseo, como siempre.