domingo, setembro 14, 2008

Turismo Chuvoso - Irlanda

Queria chuva e céu cinzento! Foi o que pedi ao subir no avião para Dublin para a etapa final das férias de Julho. Uma pausa no sol abrasador, um descanso merecido no meu bronze de “ciclista” ou “camionista” conforme a preferência.


Como na minha primeira visita à 4 anos atrás, as expectativas quando se visita a Irlanda são poucas. O tempo é terrível, chuva, vento e humidade, mas a natureza é “breath taking”. No entanto surpreendeu-me novamente. Não pelo tempo que é uma treta, mas pela simpatia dos irlandeses, do seu positivismo, simpatia, queda para a dança e para beber cerveja até cair. Note-se na foto da previsão do tempo. Chovia imenso, mas no entanto foi desenhado um sol por detrás das nuvens.


Aconteceu-me várias vezes alguém, ao ver-me de mapa na mão, vir ter comigo para ajudar-me com indicações. Em Londres isso nunca me aconteceu.


A cidade de Dublin não é bonita. O ambiente dos pubs e a energia e simplicidade das suas gentes compensa. Incrível sim é a quantidade de polacos e de lojas, mercearias, cabeleireiros e demais negócios que a já maior comunidade emigrante abriu. Polaco é já a 2ª língua falada na cidade.


3 Fotos que resumem o que é a natureza na Irlanda. Verdes campos húmidos com vacas e ovelhas, falésias e mar:



A energia, motivação e persistência dos turistas move montanhas! A chover a potes e lá fomos visitar Newgrange. Chuva puxada a vento e o grupo de turistas sem arredar pé, 15 minutos a ouvir a guia.



O lugar cheio de misticismo e lenda. Pequenos montes neolíticos, desde 3000BC, que serviam para rituais e funerais. Por baixo do monte verde á um túnel que leva a um centro em abóbada de pedra onde se deixavam os corpos e bens preciosos em forma de cruz. Ninguém sabe ao certo para que serve, mas no solstício de verão no nascer do sol, os raios entram pela câmara e iluminam o local dos mortos por breves minutos.



Como dizem no Ribatejo: o tempo está tabernal, não faz bem nem faz mal. Realmente com a chuva apetece ficar em casa a ver DVD’s, a ler livros, conversar e esperar por uma aberta para ir passear o cão com 2 amigas à universidade local.


Não imagino ter aulas numa faculdade tipo “Harry Potter”, tudo com um aspecto tão antigo, clássico. O edifício geométrico típico estereótipo do meu imaginário de faculdade com heras a crescer pelas paredes exteriores. O sol torna tudo mais bonito.





Óptimo o cheiro de erva molhada… em Julho.


Mais umas fotos das típicas casas de Dublin de tijolo vermelho e caixilhos de janelas brancos. Na foto a chaminé da destilaria do uísque Jameson com uma torre de vidro para os turistas terem uma visão panorâmica duma cidade relativamente plana.



Fica a pena de não ter visitado o norte e a curiosidade de ver Belfast e tentar distinguir alguma diferença entre o norte e o sul.


Irrita-me quando portugueses insistem que o turismo deve ser promovido pelos monumentos e castelos que temos. Mentira! É o sol que o turista quer! 300 dias de sol por ano! Esse devia ser o slogan. Castelos há muitos na Irlanda.


No voo de regresso transcrevo e traduzo a conversa do casal que ia ao meu lado durante a aterragem do avião em Lisboa:


O piloto anuncia nos altifalantes: - “São 10 da manhã em Lisboa, mesma hora de Dublin, o sol brilha e já estão 25 graus!”


Todos os passageiros gritam de felicidade!


“YEAH! UAU! Great!”


Marido – “Repara nestas praias de areia branca é para lá que vamos, Cascais” (Ele apontava para a Costa da Caparica)


Mulher – “Lindo! Olha para este azul! UAU! Esquece os castelos de Sintra, vou ficar todos os dias na praia”


Marido – “Tens razão! Que saudades do Sol…”

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