segunda-feira, outubro 06, 2008

Carninha no Olimpo


Devido à crise financeira gerada em parte pela facilidade em conseguir empréstimos e o exagerado positivismo dos mercados financeiros, durante as férias na Grécia grandes debates se fizeram entre amigos. Algumas previsões do que será, como, quando e de que forma afectará as nossas vidas.


Na curta visita a Atenas, e numa altura em que se fala ainda mais na competitividade das empresas e dos mercados, algo me chamou a atenção.


Não apenas pela enorme violação aos sentidos: cheiro forte, as cores vivas e os sons sibilantes das facas afiadas e dos gritos dos vendedores; mas sobretudo pela enorme concorrência do mercado de carnes de Atenas.




Cerca de 2 centenas de vendedores gritam e anunciam os melhores negócios, a qualidade superior da sua carne.


Ao contrário do nosso habitual talhante atrás do balcão, estes encontram-se no meio dos corredores a apregoarem, incentivando a comprar, abordando as pessoas a regatear. Vi um a beber uma cerveja enquanto discutia com um cliente o preço, ainda outro a fumar ao pé das carnes expostas. Vale tudo! A concorrência FEROZ!



Confusão essa que é um retrato de toda a cidade de Atenas, capital da Grécia. Suja, confusa, poluída, barulhenta, em Atenas vive-se a “200 à hora”…





Olhando para as ruínas da antiga Acrópole no alto do rochedo, a imagem de deuses do Olimpo e de templos sagrados, em mármore límpido e de túnicas brancas na antiguidade contrasta com a realidade actual ao seu redor.


As ruínas gregas na cidade são como um retiro de calma, silêncio e espiritualidade em comparação com o resto da cidade. Bom… pensando bem a visita foi fora da época alta e as hordas de turismo em massa estão reduzidas nesta altura do ano e o calor intenso do verão já não se sentiu.


A carga histórica da cidade não deixa de impressionar e à semelhança de Roma, em cada canto, em cada bairro, ao virar da esquina lá está um “templo de Diana”, umas ruínas, umas escavações em progresso. Aliás o complicado que deverá ser escavar um túnel de metro e não interromper as obras umas 100 vezes devido a encontrar ruínas ou artefactos antigos…



Mudança da guarda em frente ao parlamento. Note-se a forte influência turca na farda do exército. Os chapéus vermelhos.


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