terça-feira, março 13, 2007

Quando as viagens correm "mal" - Parte II

Polónia – 2004

Em pleno semestre como estudante erasmus em Cracóvia, Polónia, queria aproveitar um fim de semana grande em Novembro para uma viagem ao noroeste do país.

Nota histórica ___________________________________

Entre 1918, fim da primeira grande guerra, e 1939, início da segunda, foi o curto período em que a Polónia foi independente como país, depois de vários séculos de ocupação dos vários vizinhos (Alemães, Russos, Suecos, Turcos, e a lista não termina).

11 de Novembro de 1918 comemora-se o dia em que a Polónia voltou a aparecer no mapa como país independente após vários séculos de luta pelo território perdido.
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Fiquei eu o responsável por organizar a excursão, mobilizar pessoas, ver horários, arranjar alojamento. Com experiência em organizar excursões para os Erasmus em Lisboa, EIN , aprendi que ao princípio ninguém se inscreve à espera de ver se há muitos inscritos, em cima da data é tudo a mostrar interesse, quando é tarde para reservar o quer que seja. E assim foi, acabei por ir apenas com 2 amigos italianos que viviam comigo. Andreas e António:

O grupo maior apareceu um dia depois, mas como não reservaram alojamento, tiveram de voltar mais cedo.


O plano era Wroclaw e Poznan, de onde são a maioria dos meus amigos polacos que estudaram em Lisboa. Para quem se interessa pela geografia da viagem aqui vai, click no mapa para visão maximizada:



Para mais informações turísticas, e não só, sobre a Polónia visitem o site:

http://poland.gov.pl/



Realmente houve inúmeros pequenos detalhes, que fizeram com que a visita a 2 interessantes cidades fora dos destinos “típicos” de turismo corresse mal. Para além do turismo em Novembro está fora de época, o nevoeiro constante e a dificuldade em arranjar alojamento e transporte, devido aos feriados, deitaram por terra a flexibilidade da viagem. É preciso ter espírito aventureiro para viajar na Polónia para além das muito visitadas Kraków e Warsaw.

Parecia que conhecíamos apenas as pessoas antipáticas do país, ao perguntar informações, ao comprar bilhetes, muito difícil a comunicação. Aliás turismo em grande parte da Polónia é algo ainda muito recente e é frequente encontrar pessoas intolerantes ou impacientes para com as perguntas e duvidas dos turistas, que insistem em falar inglês.

Bom, não há-de ser muito diferente para turistas no nosso país numa viagem a Castelo Branco ou a Bragança durante o mês de Novembro.

Apesar disso, o espírito do grupo estava em alta e, como se verifica na foto, divertimo-nos muito! A parada militar alusiva ao dia da independência a que assistimos assim que chegámos a Wroclaw foi incrível!

Para além das tropas também desfilaram escolas com as crianças mascaradas com figuras conhecidas da história polaca.

Engraçado que as crianças ao desfilarem e notarem na presença dos 3 turistas gritavam:

“Wlochski! Wlochski!” que significa “italianinhos”.

Qualquer cidade da Europa de leste se orgulha da sua praça central (rynek glowny), por isso é comum os edifícios das câmaras municipais serem sempre pontos de interesse e terem as mais variadas formas e cores.

Rynek Glowny em Wroclaw:



Os graus negativos e o nevoeiro marcaram a rapidez, mas no entanto, a atmosfera mágica da visita à cidade, tornando incríveis as fotos à fachada do antigo edifício universitário:

Tivemos uma noitada de Sábado na noite estudantil de Wroclaw de arromba, que agravou o meu estado de saúde, quem corre por gosto não cansa. Mas sofre… Só já em Poznan é que a febre apertou.

Ficámos logo à chegada com a nossa estadia mais curta, porque só se arranjou alojamento para uma noite.

Eu aproveitei o dia para visitar amigos e como já conhecia a cidade, só na manhã seguinte me juntei aos italianos para dar uma volta pelo centro.

Na minha opinião, a praça central de Poznan é das mais bonitas de todas as cidades polacas. As casas estreitas rigorosamente alinhadas, pintadas com cores fortes, levam-nos para séculos passados. O edifício estatal (Ratusz) no centro tem mais ar de catedral do que outra coisa. Ao olhar a foto seguinte parece que centenas de pessoas olham admiradas para um WC público.



Mas não, nada tem de curioso. O momento mais turístico na praça central de Poznan, é o tocar do meio-dia no relógio do Ratusz, que faz com que 2 cabras saiam, género cucos, e choquem com os cornos 12 vezes. É por isso que todos os turistas aguardavam…




UUUAAAUUUU… Impressive… Fantasticzny!




Para turistas sem um bom livro guia ou sem a preparação prévia, os postos de informação turística são como oásis num deserto de incertezas, duvidas e ansiedades. Pois a gota de água no fim de semana difícil, foi o encerramento do posto de turismo de Poznan aos fins de semana. Realmente quem é que anda a passear aos fins de semana?

O rolo que vêm no trinco da porta é uma reclamação “forte em calão inglês” que algum turista revoltado antes de nós deixou às autoridades.

E volto a pensar para os meus botões: “Não te queixes! O ponto de informação da Rua Augusta em Lisboa fecha 2 às vezes 3 horas para almoço e está encerrado aos domingos”…

Posto isto só restava voltar a Kraków numa viagem de 4 horas num comboio cheio com o aquecimento avariado, com muita febre e a pensar: “Nos próximos fins de semana fico em casa a estudar para os exames”. É mais fácil…

Reforço novamente que apesar de haver bons e “menos bons” momentos em todas as viagens, são estes últimos que no ficam gravados com mais força na memória. São os sarilhos e as dificuldades sentidas que dão histórias engraçadas para contar mais tarde.

1 comentário:

Anónimo disse...

Beijinhos!
Rita