Quando as viagens correm "mal" - Parte II
Polónia – 2004
Em pleno semestre como estudante erasmus em Cracóvia, Polónia, queria aproveitar um fim de semana grande em Novembro para uma viagem ao noroeste do país.
Nota histórica ___________________________________
Entre 1918, fim da primeira grande guerra, e 1939, início da segunda, foi o curto período em que a Polónia foi independente como país, depois de vários séculos de ocupação dos vários vizinhos (Alemães, Russos, Suecos, Turcos, e a lista não termina).
11 de Novembro de 1918 comemora-se o dia em que a Polónia voltou a aparecer no mapa como país independente após vários séculos de luta pelo território perdido.
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Fiquei eu o responsável por organizar a excursão, mobilizar pessoas, ver horários, arranjar alojamento. Com experiência em organizar excursões para os Erasmus em Lisboa, EIN , aprendi que ao princípio ninguém se inscreve à espera de ver se há muitos inscritos, em cima da data é tudo a mostrar interesse, quando é tarde para reservar o quer que seja. E assim foi, acabei por ir apenas com 2 amigos italianos que viviam comigo. Andreas e António:
O grupo maior apareceu um dia depois, mas como não reservaram alojamento, tiveram de voltar mais cedo.
Realmente houve inúmeros pequenos detalhes, que fizeram com que a visita a 2 interessantes cidades fora dos destinos “típicos” de turismo corresse mal. Para além do turismo em Novembro está fora de época, o nevoeiro constante e a dificuldade em arranjar alojamento e transporte, devido aos feriados, deitaram por terra a flexibilidade da viagem. É preciso ter espírito aventureiro para viajar na Polónia para além das muito visitadas Kraków e Warsaw.
Parecia que conhecíamos apenas as pessoas antipáticas do país, ao perguntar informações, ao comprar bilhetes, muito difícil a comunicação. Aliás turismo em grande parte da Polónia é algo ainda muito recente e é frequente encontrar pessoas intolerantes ou impacientes para com as perguntas e duvidas dos turistas, que insistem em falar inglês.
Bom, não há-de ser muito diferente para turistas no nosso país numa viagem a Castelo Branco ou a Bragança durante o mês de Novembro.
Apesar disso, o espírito do grupo estava em alta e, como se verifica na foto, divertimo-nos muito! A parada militar alusiva ao dia da independência a que assistimos assim que chegámos a Wroclaw foi incrível!
Para além das tropas também desfilaram escolas com as crianças mascaradas com figuras conhecidas da história polaca.
Engraçado que as crianças ao desfilarem e notarem na presença dos 3 turistas gritavam:
“Wlochski! Wlochski!” que significa “italianinhos”.
Qualquer cidade da Europa de leste se orgulha da sua praça central (rynek glowny), por isso é comum os edifícios das câmaras municipais serem sempre pontos de interesse e terem as mais variadas formas e cores.
Rynek Glowny em Wroclaw:
Os graus negativos e o nevoeiro marcaram a rapidez, mas no entanto, a atmosfera mágica da visita à cidade, tornando incríveis as fotos à fachada do antigo edifício universitário:
Ficámos logo à chegada com a nossa estadia mais curta, porque só se arranjou alojamento para uma noite.
Eu aproveitei o dia para visitar amigos e como já conhecia a cidade, só na manhã seguinte me juntei aos italianos para dar uma volta pelo centro.
Na minha opinião, a praça central de Poznan é das mais bonitas de todas as cidades polacas. As casas estreitas rigorosamente alinhadas, pintadas com cores fortes, levam-nos para séculos passados. O edifício estatal (Ratusz) no centro tem mais ar de catedral do que outra coisa. Ao olhar a foto seguinte parece que centenas de pessoas olham admiradas para um WC público.
Mas não, nada tem de curioso. O momento mais turístico na praça central de Poznan, é o tocar do meio-dia no relógio do Ratusz, que faz com que 2 cabras saiam, género cucos, e choquem com os cornos 12 vezes. É por isso que todos os turistas aguardavam…
Para turistas sem um bom livro guia ou sem a preparação prévia, os postos de informação turística são como oásis num deserto de incertezas, duvidas e ansiedades. Pois a gota de água no fim de semana difícil, foi o encerramento do posto de turismo de Poznan aos fins de semana. Realmente quem é que anda a passear aos fins de semana?
E volto a pensar para os meus botões: “Não te queixes! O ponto de informação da Rua Augusta em Lisboa fecha 2 às vezes 3 horas para almoço e está encerrado aos domingos”…
Posto isto só restava voltar a Kraków numa viagem de 4 horas num comboio cheio com o aquecimento avariado, com muita febre e a pensar: “Nos próximos fins de semana fico em casa a estudar para os exames”. É mais fácil…
1 comentário:
Beijinhos!
Rita
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