sexta-feira, maio 12, 2006

Praga, é moda!

Praga! Ou como escrevem os checos, Praha! Agora é moda… por isso os preços estarem o que estão, a procura é tanta! Ainda ninguém pensava em ir à república checa e já o peregrino do leste lá tinha posto a bandeira. Estávamos no ano de 2001 e lembro-me perfeitamente de um amigo do Barreiro me perguntar: “Praga?! Para quê?! Aquilo tem praia?” Ou ainda outro: “Tem cuidado que aquilo é perigoso!”

Antes de contar uma história engraçada deixo aqui uns pontos de vista muito meus.

- Existem cerca de meio milhão de americanos na cidade, em 2001 já eram 300.000. As relações com os EUA são fortes e são muitas as empresas que aos anos lá trabalham.

- A presença americana mais o turismo em massa dos últimos anos transformou a cidade. Praga é tudo menos checa. A avenida principal, onde decorre a história que conto mais abaixo, está repleta de casinos, restaurantes para bolsos e gostos americanos, fast food joints e à noite, prostituição total.

- Querem a verdadeira experiência checa? Então recomendo as florestas da Morávia ou a pitoresca cidade de Brno.

- A cidade é linda! Durante Setembro ou Outubro é a melhor altura para se visitar. Mais barato e as ruas não se encontram tão cheias de turistas.

Vamos à história:

A minha primeira visita à cidade mais o André calhou num verão muito chuvoso onde o rio transbordou, tudo fechado e maioria das pessoas a fugir da cidade para terras mais elevadas.

Neste cenário e nós a perguntar a um polícia por uma discoteca famosa que tínhamos lido no guia. Resposta: “Everything is closed! Go out of town!” Noites fraquíssimas… foi então que um “amigo africano” nos aborda quando já íamos a caminho do hotel.

“Psst! Psst! You should try the Empire Club! First drink for free, good music and wonderful girls!”

Suspeito claro! Mas à falta de melhor lá fomos. Claro está, entrámos numa casa de meninas. Tudo normal. Uma table dance a um canto, um strip com poste ao fundo, pouca luz, muitas mulheres bonitas e simpáticas, e claro na recepção, a senhora de idade líder do negócio.

Pedimos as 2ª bebidas e 2 meninas aproximam-se de nós cheias de simpatia. Depois de ter conversado com a Roxanne (tantos nomes de guerra tinha logo de ter este) 5 minutos, rapidamente percebeu que não vinha para consumir e perdeu o interesse na minha pessoa. Olho para o lado e o André conta à menina que lhe calhou toda a história da nossa viagem! Finalmente quando se cansou e ela percebeu que não havia “negócio” mandou-nos um olhar fulminante e voltou para o trabalho.

Nada de espectacular até aqui, mas o melhor aconteceu na hora de pagar. Parece que a primeira bebida grátis implica que a segunda custa o triplo do preço normal. Contamos as poucas coroas checas que tínhamos e não dava para pagar. Tiro o meu Visa Electron do cartão de estudante e a senhora de idade diz-me: “Only master card or visa” e ainda: “Don’t worry! Your friend stay here and you go to the bankomat to withdraw some money.”

Isto sem antes chamar a versão segurança de 2m com casaco de cabedal do Axterix para me seguir até ao Multibanco não fosse eu esquecer-me do André.

Foram momentos de tensão com o segurança a mostrar-me a arma por debaixo do casaco e a anular as minhas tentativas de meter conversa. E se o cartão não funcionasse?

Obrigado Caixa Geral de Depósitos por me teres safado naquela noite…

No dia seguinte partimos para norte para a Polónia porque para sul estava tudo inundado com as cheias do rio Danúbio. Foi nessa viagem “forçada” à Polónia que nasceu a minha paixão pelo país e uns dias depois estávamos a ver o Papa Jan Pawel Drugie na sua última visita a Kraków.

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