segunda-feira, abril 09, 2007

Côja / Rio Alva - Entre rápidos e açudes


Há quem diga que depois de aprender a andar de bicicleta nunca se desaprende. Verdade? Mito? Será que se pode dizer o mesmo de canoagem?

No fim de semana antes da Páscoa, sugerido por um amigo, tive a oportunidade de verificar se ainda tenho o que é preciso! Depois de quase 10 anos sem pegar numa pagaia e numa canoa, aceitei o desafio do David e lá fomos para a descida do rio Alva, chamada pela empresa organizadora como secção Alva 3 entre Vila Cova do Alva e Côja.

Como foi o percurso? Os profissionais da Transerrano descrevem-no assim:

“Alva 3 – Vila Cova do Alva / Côja – sector com 9km. Sector com mais de uma dezena de açudes, com diferentes formatos (rampa, degrau, vertical, redondo, inteiro, semi-destruídos, etc). Não tem sectores muito técnicos, mas exige alguma condição e destreza física, porque o contacto com a água é inevitável. Requer experiência anterior em canoagem. Em épocas de elevada precipitação este sector pode tornar-se algo perigoso, pelo que a descida pode ter de ser abortada a qualquer momento.”

Apesar da alvorada às 6 da manhã, a vontade e entusiasmo de repetir um dos desportos que mais saudade tinha dos tempos do Clube Aventura no secundário eram grandes. Equipamento vestido, explicações sobre segurança, a adrenalina sobe, entra-se em água e… SPLASH! No primeiro açude a primeira queda à água!

O barulho e transparência da água, as margens elevadas de um verde exuberante e húmido do orvalho matinal fazem do rio Alva a combinação perfeita para esquecer a planície aborrecida da lezíria ribatejana.

Partes calmas para simplesmente remar, conviver com o grupo ou absorver a beleza e o silêncio da natureza em redor. Outros troços completamente loucos, com a adrenalina à flor da pele, com os nervos em franja, com ramos de árvores na cara e com mergulhos forçados.

Nos açudes a técnica para saltar e manter a embarcação em equilíbrio, nos rápidos a destreza e rapidez de reflexos para desviar de obstáculos, para reagir sem pensar, finalmente algo que não controlamos na vida! Passa-se a ser parte do rio, passa-se a ser água, areia, rocha e espuma.

Adorei! Vou repetir!

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