quinta-feira, abril 05, 2007

Viver em Amesterdão - Como será?

Como último post acerca desse país maravilhoso deixo um desafio aos meus amigos que vivem na Holanda.

Como é viver na Holanda? Como em qualquer país há-de haver vantagens e desvantagens. Algumas parecem-me óbvias outras ou talvez a maioria nem por isso. Aguardo os vossos comentários e deixo aqui o meu ponto de vista como turista português regular.

Apesar de fazer o que a maioria dos turistas faz em Amesterdão e ir aos locais típicos e aos museus recomendados, não me auto insiro no grande grupo que vai à Holanda, e que fica apenas no centro de Amesterdão e se mantém pedrado durante toda a estadia. Há sítios mais perto de Portugal e mais baratos, como Ibiza.

Mas sim, Amesterdão é uma cidade em permanente festa!

A minha primeira viagem para fora da Península Ibérica foi há já muitos anos para Amesterdão. Foi um “abrir os olhos”! Agora continuando a visitar e tendo vários amigos a viver na Holanda a minha opinião vai mudando.

Ao primeiro impacto é chocante. A droga, o sexo, o álcool, tudo tão fácil de obter e tudo tão permitido é fácil ficar ofuscado e pensar: “Espectáculo! Incrível! Que bom seria viver neste país tão tolerante onde vale tudo e cada um faz o que quiser!”

No entanto, devido à educação que tive e à sociedade em que vivi, não consigo imaginar criar a minha família no bairro da luz vermelha (sim há pessoas que lá vivem), ir passear um filho pequeno e ver as prostitutas nas montras 24h por dia.

Nem pior nem melhor é apenas diferente! Muito diferente mesmo…

As bicicletas por todo o lado, os canais de água por toda a parte e as casas estreitas e alinhadas dão um carácter único à cidade. Com ou sem sol é uma cidade linda e há sempre que fazer e visitar. De bicicleta para o trabalho, para o café, para o parque apanhar sol, como desporto, elas dominam a cidade e têm prioridade sobre tudo excepto os eléctricos.

A comida. Este tema é rápido de comentar. Não há comida típica. Os holandeses não têm tempo / não querem cozinhar, por isso a maioria dos restaurantes são de comidas estrangeiras. É incrível ver a quantidade e variedade de comidas pré cozinhas que existem nos supermercados na Holanda. Mas são loucos por comida saudável, frutas, legumes, iogurtes, cereais, sumos naturais, etc.

Para não me afundar em estereótipos, e excluindo as misturas raciais que são tantas, o típico holandês (seja lá o que isso for) tem 1,90m de altura é branco, loiro, olhos claros e magro. Práticos e directos à acção, grande auto estima e um pouco “basófias”. Frieza típica de países nórdicos, mas acessíveis, divertidos e de mente aberta.

A quantidade de nacionalidades a viverem juntas na mesma cidade é incrível e bem visível em Amesterdão ao mudar de bairro para bairro como se muda de ruas cheias de chineses, para bairros turcos, italianos, etc.

A tolerância existe! Raças, religiões, preferência sexual tudo a partilhar um espaço comum abaixo do nível do mar, a tolerar-se. Mas que ninguém seja ingénuo ao pensar que é o paraíso como a canção “imagine” de John Lennon!

Dos países mais tolerantes de todo o mundo, a Holanda já não é o que era. Como por toda a Europa, existem problemas graves de emigração. O fantasma do escritor holandês assassinado por um muçulmano que não gostou da publicação de um livro sobre a forma como as mulheres turcas são tratadas na sociedade, ainda paira sobre o país das flores e dos moinhos de vento.

A jeito de remate acabo com uma lista de fotos curiosas:



Bicicletas – é rara a foto que não tem bicicletas. Vale transportar tudo! As compras, os filhos, atar o cão e ir pedalar para o Vondel Park. Na foto em baixo o vento era tanto que derrubou dezenas de bicicletas daí uma confusão enorme. Um género de Mikado mas em bicicletas em vez de pauzinhos.




Canais – apesar de muito diferente para possível comparação, prefiro os pequenos canais de água do centro de Amesterdão aos canais super lotados de Veneza. Com um pequeno barco, pode-se ir a quase todo o lado em Amesterdão e arredores. Deve ser curioso ver os mapas dos canais de água...

Redlight district – Mundialmente conhecido, o bairro da luz vermelha faz juz ao nome. Várias ruas que formam um bairro em que a prostituição está presente e sem esconder 24 horas por dia. Por trás de cada vitrine das montras do rés do chão e do primeiro andar, profissionais do ramo de todas as raças, formas e cores, provocam e chamam quem passa. Sempre com a lâmpada de neon vermelho por cima da montra a assinalar a presença. O cliente aproxima-se da montra, discute-se o preço, "suck and fuck" é o nome dado ao serviço padrão, os extras pagam mais Entra-se, a cortina da montra é fechada e tudo acontece ali mesmo.
Curiosidade: O aluguer mensal de uma montra numa das ruas principais pode ir até aos 5000€, que já inclui protecção e seguros. Não existe ninguém "obrigado" nas montras.



Coffee shops – Existem para todos os gostos. O conceito do consumo de haxixe e marijuana é igual em todos, só muda a decoração e o tipo de música que passa. Desde rock da pesada a chill out e ambiente lounge. Existe uma zona própria para fumar e na maioria deles não são permitidas bebidas alcoolicas. Apenas chás e bebidas energéticas. Todos têm um menu com preços separado em 2 categorias. Erva ou Haxixe, em grama ou pré-enrolada. Vários sabores, misturas e origens. Preços rondam os 8 a 12 euros a grama.

Muito divulgado também são os space cakes (queques com erva dentro) e os cogumelos mágicos para todo o tipo de efeito desejado.

Em baixo uma foto tirada no museu da cerveja Heineken e outra com jogadores de xadrez de rua tirada perto do VondelPark. Todas as fotos podem ser vistas em mais detalhe clicando em cima.

5 comentários:

BabyJust disse...

olá primo... pela tua descricao da cidade, até parece que vives cá... e como dizes e bem, nao é um paraiso, e se ao início também pensava que era uma maravilha esta liberdade, comeco a perceber que afinal o que existe é uma cultura bastante egoista, que nao olha para a pessoa que está ao lado... mas como tudo tem coisas boas e más... nao é que ache uma cultura má, apenas sao culturas diferentes, e muito diferente da Portuguesa, falta o calor portugues, de pais e das pessoas... Para mim digo eu... Mas claro que tem outro tipo de oportunidades que nao tenho em Portugal...
Ainda fico triste só de pensar que cá estiveste e nao te vi!!! Fica para a próxima
Um beijinho muito grande cheio de carinho
Patrícia

Anónimo disse...

Pipinho Vadiaço! Beijinhos cheios de saudades!! (Rita)

Anónimo disse...

No conozco Amsterdam, pero me la pongo en la lista de pendientes. Lo más "cerca" que he estado últimamente ha sido en Hamburgo, que me encantó. La excusa fue la boda del chico aquel argentino con el que, once años atrás, me paseaba en tren por Alemania.

En mi viejo blog publiqué un pequeño reportaje sobre la escapada. Si quieres echarle un vistazo, aquí va la dirección:
http://blogs.ya.com/desenterrandohuesos/200611.htm#156

Filipe Roque disse...

Alemania solo conosco el norte junto con Holanda. Dusseldorf, Koln, Bochum. Encantado con tu blog! Que nombre chulo! :) Otros comentarios te los hago despues. Saludos.

Anónimo disse...

Yo conozco más bien el Suroeste. Mi Erasmus fue en Tübingen, cerca de Stuttgart. Lo bueno es que tenía muy cerca la frontera con Francia y con Suiza. Y la pasé alguna que otra vez.

Del Norte, sólo conozco una ciudad: Hamburgo. Paulo, muchas más, porque trabajaba para la Opel. Sí, la que cerró el año pasado. De hecho, recibimos propuestas de la empresa para trasladarnos a Rusia, México, Polonia, la India o Alemania. Estuvimos a punto de hacer las maletas. Pero surgió otra oferta laboral, en Lisboa, y nos quedamos aquí.

En cuanto al blog, es la tercera versión del Desenterrando Huesos, que empecé cuando aún me ganaba la vida excavando esqueletos. El 2006 fue muy duro, así que cuando salimos de ese agujero negro, decidí comenzar otro blog diferente, con menos fotos y picardía, pero más intimista.

Ah, sea lo que sea lo que leas, que no salga de la red, eh? jajaja...