segunda-feira, maio 14, 2007

Feria de Sevilla

Quando?

No fim de semana da ponte do 1º de Maio não tinha grandes planos, mas tinha um dia de férias marcado.

Onde?

Fui a Sevilla.

Porquê?

O convite do meu amigo Jarek foi irrecusável! Estadia grátis em casa de um casal amigo. A data coincidir com a Feria (Feira) de Madrid.

Como?

Um novo recorde em carro de Almeirim – Lisboa para apanhar o autocarro no Oriente. Uma compra de bilhete stressante e uma viagem tranquila de 5 horas durante a noite.

Quem?

Eu e Jarek, os turistas:



Kasia e Alberto o casal anfitrião:
Como há alguns meses escrevi um post neste blog acerca de Sevilha (clique aqui para recordar), não vou voltar a falar da cidade e dos seus pontos turísticos. Vou então descrever o ambiente de festa que se vive nesta feira tão popular em Espanha e arredores.

Mas o que é a Feria de Sevilha? (ponto de vista de português que gosta de Espanha)

Antigamente servia como uma feira de agricultura, como as que existem no interior de Portugal, para promover, vender e negociar bens e serviços agrícolas. Sejam cavalos ou porcos, sejam tractores ou pesticidas, tudo se vendia.

Hoje em dia, como a maioria das grandes cidades europeias, Sevilha viu os agricultores a saírem dos campos para os serviços e turismo, assim durante a Féria ainda há negócio, mas na maioria é comércio e exibição de cavalos.

A Féria hoje são várias centenas de barracas (casetas) num recinto de entrada grátis, onde se bebe, se dança e se vive o optimismo típico dos sevilhanos. E claro o recinto está aberto 5 dias, 24h sem parar, mas à noite é que a festa é rija! As casetas podem ir da mera tenda que vende cañas e tapas até à casa de grandes dimensões com seguranças à porta a seleccionar as entradas onde se come e bebe do melhor (lagosta, caviar e vinhos seleccionados).

Associações, empresas ou particulares pagam uma cota anual para terem direito a uma caseta, cota que depende do tamanho e localização do espaço.

As diferencias são enormes, desde a barraca entrada livre onde se dança e bebe, a outras exclusivas para uma lista seleccionada de amigos onde é tudo grátis e há bandas conhecidas a tocar ao vivo.

Elas, lindas, muito “produzidas” vestidas a rigor com o fato de sevilhana. Eles com muito gel, cabelo puxado para trás, com fato escuro e gravata colorida.

E lá vão eles! Dançam, cantam, batem palmas! São as castanholas a bater, ouve-se: “OLÉ!!”

Come-se bem e muito e bebe-se ainda mais! Desde os jovens no exterior das casetas a beber as suas garrafas de misturas caseiras, à popular Manzanilla (vinho branco muito fraco com gasosa).

Graças ao contacto local, entrámos em várias casetas e entre risadas, e muitas amizades novas, sentimos toda a energia deste povo tão parecido e tão diferente de nós. Para ver e saber mais acerca da Feria clique AQUI. Foi assim:

Entrada principal no recinto:





Agora música, só espanhola e alguém de fora que não conheça ninguém ou não fale espanhol, muito dificilmente consegue ter acesso ao quer que seja.

O português tenta sempre falar o idioma do turista, o espanhol só fala espanhol. “Estás em Roma, sê romano!”

Estamos certos? Estamos errados? Talvez algo intermédio entre Portugal e Espanha seria o ideal… (Os Simpsons em espanhol? nunca, mas nunca iria conseguir aceitar isso).

Como as noites eram longas, as manhãs foram para dormir e houve pouco tempo para percorrer a cidade. O objectivo nem era esse, porque não era a primeira visita de ninguém. Apesar disso ainda visitámos o Alcazar de los Reyes, a casa dos antigos e actuais reis espanhóis, aquando as suas visitas à cidade. Semelhante, mas de menores dimensões, gostei mais do Alcazar de Córdoba.

Em Sevilha, a dimensão do Alcazar impressiona, não pelos salões, mas pelos jardins, fontes, pátios, labirintos de espesso verde. Com as elevadas temperaturas que se fazem sentir em Sevilha quase todo o ano, imagino a mão de obra envolvida para manter tão exuberante todo aquele verde! Foi difícil escolher apenas 2 fotos:

Claro que tinha de falar em touros. Numa tarde eu e o Jarek, na companhia de uma já habitual guia turística / amiga sevilhana, Rosana, fomos fazer mais um alegre e condimentado “Rally Tapas”. Entre cerveja e petiscos a Rosana levou-nos à praça de touros durante a hora exacta do grande espectáculo do fim de semana grande.

Ui! Que ambiente fantástico! Milhares amontoados à entrada da praça. Uns à espera de amigos, outros para entrevistar e filmar os famosos cuja presença é indispensável no espectáculo, outros como nós só para dar uma olhada.

A melhor roupa, a mais rigorosa maquilhagem, os VIPS chegam de carroça puxada por cavalos. Os cavalheiros ajudam as madames a descer ao mesmo tempo que um camera man regista o momento para um directo na TV. Jovens distribuem folhetos com o programa da corrida de touros, os bravos que enfrentam a arena e a pureza e força da raça dos touros. Os bilhetes mais baratos custam 100€, os mais caros não sei…

Não querem investir num bilhete? Não há problema, porque por toda a cidade bares, restaurantes e tascas, anunciam que transmitem em directo na televisão o espectáculo taurino.



Não Jarek… não tens o “que é preciso”!


Que dias curtos mas bem passados! Que noites longas de borga! VIVA Sevilha!

Mas foi o facto de ter ficado numa casa praticamente encostada à catedral e a hospitalidade fantástica do Alberto e da Kasia que tornou esta visita tão singular!

E a vista do terraço do prédio? Foi um privilégio ver o fogo de artifício dos telhados da cidade, mesmo por detrás da catedral… Priceless!

Por tudo isto, não tenho dúvidas que Sevilha é a cidade espanhola que junta mais ícones internacionais do povo latino: sol, touro e toureiros, siesta, santos, sevilhanas e castanholas, tango, tapas e cañas… mais umas fotos com detalhes da beleza desta cidade:


3 comentários:

Anónimo disse...

Pero qué malo eres. No te bastaba con recordarme la de tiempo que voy a pasar sin poder irme de juerga?. Este post es un golpe bajo. Suerte que me falta menos de un mes pa' irme pa' mi tierra. Tengo que recargar las "pilas" (en español!!)

La Feria de Sevilla es espectacular (aunque haya cosas que no soporte) y tu reportaje aporta una visión benévola, simpática y bien documentada (ya te comentaré los "peros"). De todos modos, las fotos que más me han tocado el corazoncito son la cuatro últimas, supongo que lo entiendes... Es que conozco hasta el olor de esas calles...

Una puntualización: si oyes a alguien decir "o-léeee", casi seguro que no es sevillano. Nosotros preferimos decir "óooo-le". Un simple acento puede marcar una gran diferencia.

Filipe Roque disse...

Venga! De todos os comentarios possiveis, aguardava o teu com expectativa. Realmente se tu, nativa e fã de Sevilla, gostaste é porque o post está ok! :) Realmente escrevo sempre de forma "diplomática" para não ferir ninguém. E poderia reescrever o mesmo post sobre o que não gosto nada dos sevilhanos, mas de férias, tudo tende a ser mais cor de rosa. Gracias por la puntualización Profesora. jajaja óooooole!!

Anónimo disse...

Aunque el "venga!" ese me suene a pijo, o a madrileño (dicho con todo el respeto), o a ambas cosas a la vez, la verdad, Mr. Diplomático, es que ese "ole" te ha "quedao" de lo "má" sevillano, jajajaja...

Como premio por ser tan buen alumno, te regalaría una botellita de manzanilla, si tuviera alguna (sin abrir) en casa. A ver cuántas copas aguantabas antes de retirar lo de que es un vino "flojito". "Eu ainda sou do tempo" (ai, a velhota...) en que era un secreto a voces que la manzanilla de la Feria estaba rebajada para limitar el número de comas etílicos. El rebujito es un invento reciente, más fresquito, pero con el mismo objetivo: poder pasarse 24 horas bebiendo sin acabar arrastrándose por el suelo.

Riiiiinggg... Fin de la clase! ;)