segunda-feira, dezembro 11, 2006

Uma semana “viajando” em trabalho


É bom ter um trabalho que permite viajar. É melhor do que ficar sempre no escritório. É verdade! Fugir à rotina e tal… No entanto para além de cansativo é frustrante, por estar em sítios interessantes e não ter tempo nem para lhes sentir “um cheirinho”. Conforme as horas vão passando cresce a esperança de conseguir acabar o trabalho antes de anoitecer, olhar lá fora e ver palmeiras e o sol de Inverno das Canárias e não puder sair do armazém.

Foi assim esta semana. Por motivos profissionais tive de viajar a Barcelona e a Tenerife esta semana acompanhado por 2 colegas da Compal Portugal.

Barcelona é outra Espanha… Madrid é uma cidade incrível com um ritmo alucinante 24horas por dia! As tapas, a música, a forma positiva de enfrentar a vida, em resumo a essência espanhola. No entanto não é bonita. É cidade para trabalhar e para curtir noitadas 7 dias por semana até cair para o lado, mas há “un monton” de cidades mais bonitas com muito mais para ver e visitar.

Um exemplo disso é Barcelona. É uma cidade linda… Arte e monumentos existem em cada esquina, em cada casa, em cada parede… a cidade surpreende. Tem montanha, tem água, tem muita cor. Madrid pode ter muitos emigrantes e muitas nações a viverem juntas, mas em Madrid tem de se falar e ser espanhol e gostar do que eles gostam. Barcelona é outra história multicultural sim, mas muito mais tolerante para estrangeiros, muito mais aberta a falar outras línguas; e isso nota-se nos bares, nota-se nas ruas, nota-se nos cinemas com legendas em espanhol ou catalão em vez de dobrados.

O tema quente da independência da Catalunha, do facto da juventude só aprender catalão e das aulas nas universidades serem em catalão e do facto de haver barreiras a outros espanhóis de irem trabalhar para Barcelona senão falarem Catalão, deixo para outra altura. Demasiado polémico para este Blog. Melhor voltar às viagens…

A primeira vez em Barcelona foi no meu primeiro ano de ISCTE e foi uma viagem muito marcante nem que seja apenas pelo facto de ter conhecido 2 malucos que pertencem hoje ao meu pequeno núcleo de melhores amigos. O tempo não esteve famoso e tivemos pouco tempo para passear pela cidade.

Desta vez não foi diferente. Depois do trabalho só deu tempo para o passeio nas Ramblas e no bairro gótico e uma Paella daquelas que a semelhança com o nosso “arroz à Valenciana”, é pura coincidência. A verdadeira Paella é de Valência, ingredientes idênticos, mas sabor e cor não tem nada a ver.

Mais um dia mais uma viagem e como farta toda a cerimónia de apanhar um avião. Saímos de Barcelona onde as tabletas no aeroporto vêm nos idiomas: Catalão, castelhano e inglês. Chegamos a Tenerife e temos: Espanhol, alemão e inglês.

Alemães por toda a parte e avenidas com hotéis, praias, lojas de “recuerdos” e quadros de giz a anunciar jogos de futebol da Budesliga e Premiership, e é fácil pensar:

“Cheguei ao Algarve!”

A grande diferença são as palmeiras e o facto de ser Novembro e estarem 26ºC e uma humidade que mantém o suor pegado ao corpo. E viva as Canárias!

No 2º dia de trabalho deu para terminar mais cedo e conhecer o norte da ilha. O “El Teide” omnipresente e sendo o ponto mais elevado de España merece respeito. Como a maioria dos ventos vêm do norte as nuvens ficam “presas” no alto da montanha o que faz com que o norte da ilha seja de um verde exuberante, enquanto que o sul é seco e árido qual deserto do Sahara.

Desta vez só deu para ver o norte. O porto de Santa Cruz é uma cidade alemã e inglesa com as suas praias de areia negra e água quente, mas gostei mais da capital da ilha, Santa Cruz de Tenerife. Sem praia torna-se menos turística, logo mais monumentos, menos hotéis, mais edifícios antigos, em resumo: mais da cultura local. Os canários são muito simpáticos e o sotaque local é muito mais melódico e fácil de entender.

Fica a vontade de voltar, mas na próxima com mais tempo para ver a noite e conhecer o sul com as suas praias de areia branca e discotecas cheias.

Termino com um detalhe delicioso… em Madrid e Tenerife fala-se Espanhol, mas perguntem a um catalão e ele diz que em Espanha se fala Castelhano. È um país curioso…

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