terça-feira, agosto 07, 2007

Mitos Urbanos


No primeiro post das férias deste ano referi alguns, mas aqui deixo mais alguns mitos. Quem nunca ouviu um rumor, um boato, que nunca fui confirmado? Penso que todos nós e é por isso mesmo que eles se mantêm vivos… por nunca serem confirmados.

Durante a nossa viagem ao sudeste da Europa, fomos várias vezes confrontados com este fenómeno. Ficam aqui 2 exemplos descritos por André Coelho:

Uma dessas vezes aconteceu, quando estávamos na Itália na nossa viagem-transito da Grécia para a croácia. Fomos a um posto de turismo e informam-nos sobre os horários e preços dos barcos para a Croácia. No entanto fomos avisados pela funcionária que normalmente os bilhetes esgotam e que teríamos de nos apressar para os comprar rapidamente. Compramos os bilhetes tal como a senhora nos disse e tivemos a sorte de ainda apanhar bilhetes. Entretanto já dentro do barco reparámos que havia andares completamente vazios, havia lugares a potes, pilhas de lugares disponíveis, nunca haveria um risco de um navio daquele porte ficar cheio até às costuras… enfim... Incrível sendo essa informação fornecida por uma fonte supostamente credível, pelo ponto de turismo.

Outro dos grandes mitos que nos aconteceu foi na linda cidade de Dubrovnik, aliás foi um mito atrás de outro.

Após uma intensa viagem de autocarro dentro da Croácia de split para Dubrovnik em que tínhamos que cruzar a fronteira para a Sérvia por 10 km, (A Sérvia tem um pedaço da antiga Croácia com ligação ao mar por razões portuárias) e que por coincidência, ou não, foi o único lugar onde parámos. Andamos 300km na croácia e os únicos 10km de pais estrangeiro foi onde se lembraram de parar, no mínimo político e bizarro!

No entanto o mito não veio daí, o mito começou quando chegámos à estação de autocarros. O assédio do costume, ainda não saímos do autocarro já temos uma velhota a perguntar se queremos quartinho, claro que educadamente dissemos para se acalmar e esperar que possamos tirar as malas do autocarro para conversamos com calma, mas não…continuou o ataque, imaginem o cenário de 3 gajos a pegar nas malas do autocarro e com uma foto literalmente em frente aos olhos do quarto, (é normalmente como avaliamos quartos para alugar em situações de esforço e levantamento de pesos), depois de alguma luta para conseguir a calma do assédio dos quartos lá conseguimos um mapa da cidade e algumas indicações do posto de turismo que mais uma vez nos forneceu informações bastante suspeitas.

Alojamento no centro, perguntei:

“Não há, ninguém vive no centro, só à volta do centro. Perto do centro só hotéis caros”.

Confirmamos também no lonely planet (um guia de viagem) e lá expressamente dizia que não havia alojamento no centro, que ninguém vivia no centro e que a melhor opção para ficar alojado seria na zona circundante ao centro.

Bom como se tratava de duas fontes credíveis, resolvemos dar alguma atenção ao assédio dos apartamentos que se passava ao lado. De um lado tínhamos um senhor a vender apartamentos na praia mas longe, longe do centro, do outro tínhamos uma velhota a dizer que vivia a 4 minutos de autocarro e 10 minutos a pé do centro. Como o mapa que tínhamos não tinha escala, resolvemos ir na boa fé da senhora e ir até casa dela. A viagem até lá foi surreal num daqueles carros antigos e velhinhos à moda antiga.

A primeira ida à cidade a pé mostrou-se de certa forma uma desilusão, não era bem o já ali que tinham-nos vendido na estação de autocarros e não eram bem os 10 minutos mas 25 minutos a pé e com muito poucos autocarros. A senhora criou este mito dos 5-10 minutinhos a pé para enganar o turista, mas não se ficou por aqui. Já as portas do centro os nossos olhos deparam-se com placas a dizer quartos para alugar, começamos a ficar um pouco suspeitos com o que se estava a passar, entretanto já no centro conhecemos a Dina – uma local que nos arranjou um apartamento exactamente na “rua Augusta” de Dubrovnik.



Ficamos um pouco surpresos com o facto de nos dizerem em todo o lado que ninguém vivia no centro que só havia apartamentos fora do centro e quando lá chegamos existe uma realidade completamente diferente.

Todos esses mitos urbanos que se criam à volta de opiniões dadas por pessoas ou entidades credíveis como o posto de turismo e um guia de viagens reconhecido internacionalmente, fazem com que turistas menos informados acabem por passarem pelas mesmas situações que passamos, mas que pior, nunca chegam a saber o que é realmente verdade.

Todos estes mitos existem em todas as viagens que as pessoas fazem e que se revelam uma desilusão. Ninguém sabe muito bem de onde vêem os mitos e como é que eles chegam a ter a projecção que têm mas a verdade é que eles existem. Por isso nas próximas viagens que façam lembrem-se que podem ser apanhados nas incríveis teias dos… MITOS URBANOS!

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